Título: Sob Um Milhão de Estrelas.
Autor: Chris Melo.
Editora: Fábrica 231 – Rocco.
Páginas: 320.
Gênero: Romance, Literatura Nacional.
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“Aceitar é abrir os braços e permitir que coisas inexplicáveis existam e aconteçam porque não estão no nosso controle. Não há controle, a vida é imprevisto, improviso e um bocado de esperança.”
Resenha:
Ai ai… Impressionante como essa escrevedora consegue me fazer odiá-la e amá-la ao mesmo tempo! Minha querida e admirável, Chris Melo: você conseguiu, mais uma vez!… acabar comigo ao ponto de ficar deitada no chão olhando para o teto enquanto soluçava por longos minutos.
Mal pude me conter quando soube da notícia de lançamento desse livro, pois afinal de contas, sou fã de carteirinha da autora e principalmente de um certo livro aí chamado ‘Sob a Luz dos Seus Olhos’, que me deixou em pedaços, sem fôlego e pensativa por vários dias.
Sabe o personagem Cadu, que teve parte de sua vida divida com Elisa? Então, ‘Sob um Milhão de Estrelas’ é a história de Cadu, ou melhor: dele, de uma cidade cheia de tradições e de uma moça carregada de particularidades, humor único e problemas.
Ps: Não leu Sob a Luz dos Seus Olhos? Miga, sua louca!!! Corre!!! Mas pode ler Sob Um Milhão de Estrelas sem ter lido o Sob a Luz sem problema algum 🙂
Deixando o surto um pouco de lado e entrando na descrição da história, o livro começa com essa tal moça citada anteriormente, Alma, chegando em uma cidade pequena chamada Serra de Santa Cecília. Ela acabou herdando uma casa de sua avó paterna que ela nem sabia da existência e decide averiguá-la não só para saber mais sobre suas origens que sempre foram omitidas por sua mãe, mas também para fugir de um certo acontecimento nebuloso que a tirou, literalmente, dos eixos. Se ela não estivesse prestes a se afogar em seu presente, ela jamais deixaria de lado sua especialização para se tornar uma cirurgiã e sua rotina corrida repleta de plantões para viajar em direção à um passado complicado e cheio de segredos no qual um pai e uma avó certamente existiu.
Mas por que Samanta deixaria uma casa para a neta que nunca conheceu? E por que seu pai sumiu antes mesmo dela nascer? … Eis aí, grandes questões…
A casa era simples. O andar térreo era um antiquário repleto de objetos e móveis e o andar de cima um aconchegante apartamento com uma combinação de cores bastante inusitada, entretanto, ao começar a explorar o antiquário – já que estava com a curiosidade aguçada e só teria três dias para ficar ali -, Alma descobre que Samanta havia deixado uma caixa e uma carta para ela. Antes mesmo dela entender o motivo de sua avó presenteá-la com um vestido de noiva cheio de assinaturas em sua barra e descobrir quem era o tal de Carlos Eduardo mencionado na carta que estava cuidando da casa enquanto ela não aparecia, uma batida na porta a interrompe, trazendo uma das personagens mais divertidas do livro: Claudinha, uma tagarela cheia de energia que a convida para a despedida de solteira de uma tal de Lúcia e, já que Alma, por destino, fazia parte da irmandade, ela estava convidada.
“Nossas bisavós eram amigas e juraram que seriam assim por todas as gerações ou pelo menos enquanto elas tivessem filhas garotas. Então nós nascíamos com nossas melhores amigas determinadas.”
Depois de toda essa loucura, somos apresentados à Carlos Eduardo, o morador da casa da frente mais conhecido como Cadu. Após o furação Elisa, ele foge de São Paulo para tentar esquecê-la – o que estava sendo bem difícil já que ela o trocou por um ator famoso e os jornais e notícias estavam ali frequentemente para lembrar do seu fracassado relacionamento. Ele aceita o convite de ser professor na Universidade Federal da Serra de Santa Cecília e, com o dinheiro que ganhou vendendo o antigo apartamento, resolve abrir um bar.
“Ideia brilhante! Um ato libertador e rebelde. Agora passo as manhãs trabalhando com pesquisas literárias e as noites escutando estudantes bêbados cantando canções de amor. Grande vida a minha. Grande recomeço esse que eu fui encontrar.”
Em uma certa noite, eis que ele percebe que a janela azul anil da casa da frente estava acessa. A neta Abreu finalmente tinha aparecido. Assim a história de ambos se cruzam. Enquanto um estava tentando superar seu passado e ter um novo recomeço, o outro estava tentando superar o seu presente enquanto descobria seu passado para ter um novo recomeço. O que será que o futuro trará para ambos? Só lendo você irá descobrir descobrir, é claro.
Agora, o que eu achei do livro? Sensacional!!!! (Pontos de exclamação bem verdadeiros).
Chris Melo domina a arte de criar personagens únicos, cheios de falhas e defeitos, sonhadores – assim como nós – e admiráveis ao mesmo tempo. Sem falar de seus passados um tanto atordoados. Quem já leu os outros livros da autora sabe muito bem do que estou falando: Elisa, Marina, Erik, Marcela… <3
Os capítulos são alternados entre narrações de Alma e de Cadu, sendo que cada um deles tem seu início marcado por citações de Mário Quintana escolhidas a dedo para fazerem sentido com o que será contado. É incrível! Sério! Imaginem o trabalhão.
Agora se você está esperando uma história super piegas e comum…. aaaah, caro leitor, quando o assunto é a escrevedora Melo você pode esperar muita intensidade, surpresas, reflexões maravilhosas (marquei 53, olha que loucura!), reviravoltas de te tirar do sério e nada previsíveis, pois afinal de contas, a vida é assim, imperfeita, sem manual e as vezes injusta, não é mesmo?
São por esses motivos que eu discordo totalmente daquele apelido que Chris acabou ganhando: “Nicholas Sparks de saia”. Sinceramente? Acho que Sparks tem muito o que aprender para ser uma “Chris Melo de bigode” (calça não, pois nós, mulheres, somos poderosíssimas de calça!). Não há forçação de barra, há simplicidade, personagens palpáveis e realidades sobre a vida. Chris, você arrasa!
“Hoje, se alguém me perguntar qual é o maior desafio da vida, eu não diria que é vencer, como responderia no passado. Eu diria que é não amargar. Não é difícil seguir em frente, praticamente não temos escolha, o desafio é seguir confiante, leve e amável. O complicado é manter o sorriso fácil, acalentar o outro e manter acesa a pequena luz da esperança”
Para saber mais sobre o livro é só clicar aqui para ler a coluna publicada pela autora no site da Rocco. Tá linda!
Leiam, leiam e leiam que não haverá arrependimentos!